Postagens para o Clube das Amigas Leitoras

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  Este foi o livro que enviei para a minha amiga do Clube das Amigas leitoras... em novembro/2011. Vejam a sinopse:

OS CRIMES DO MOSAICO - Giulio Leoni  (Best-seller) escrito em sexta 11 janeiro 2008 22:05



Os Crimes do Mosaico conta as aventuras de Dante Alighieri, então prior de Florença, que atua como detetive tentando desvendar crimes assustadores que assolam a cidade o ano de 1300, juntando peças inteligentemente como um verdadeiro Sherlock Holmes.
O autor Giulio Leoni (1951) mantém o suspense da primeira à última linha, o que o levou a vender em apenas oito meses sete edições do livro na Itália e ter seu livro traduzido para mais de vinte línguas.
Os Crimes do Mosaico é um livro de ficção sendo o primeiro de quatro romances que tomam o sumo poeta italiano como detetive a chegar às livrarias brasileiras.
Abaixo um trecho do prólogo de Os crimes do mosaico:.  

São João de Acre, alvorecer do dia 28 de maio de 1291. 

“Um silvo atravessou o ar, como se todas as serpentes do deserto, ao mesmo tempo, tivessem erguido suas cabeças da areia. O projétil dardejou no ápice da parábola, imóvel no céu iluminado pelas primeiras luzes da aurora. Depois, após um instante interminável, retomou seu curso e se abateu com estrondo contra o torreão do portal. Uma nuvem de fragmentos de pedras e tijolos irrompeu ao redor, enquanto a muralha trepidava, sacudida desde o alicerce pelo choque.
A face externa do torreão, rasgada na altura do segundo andar, inclinou-se lentamente e começou a deslizar em direção ao solo, arrastando consigo as traves do vigamento. Os gritos de terror dos homens que despencavam na voragem aberta sob seus pés sobrepujaram por instantes o estrondo do desmantelamento, em seguida toda a parte alta do torreão desmoronou sobre o muro, abrindo uma fenda junto ao portal. Uma imensa nuvem de pó levantou-se, escondendo os restos dos escombros, enquanto um segundo projétil caía com seu silvo malévolo, desaparecendo além da nuvem cinzenta.
Nenhum estrondo seguiu dessa vez a chegada da grande pedra, só o rumor atenuado pela montanha de detritos. Em lugar do alvo só encontrou o vazio e a devastação causada pelo primeiro tiro.
Do outro lado do portal, distante algumas dezenas de braças, um dos postos de observação havia estremecido como se estivesse também a ponto de desmoronar.
“Usaram novamente uma de suas diabruras, irmão”, disse um dos dois homens no interior do posto, levantando-se do chão com dificuldade e correndo a espiar pelo vão da porta as proporções do desastre. “A muralha não resistirá por muito tempo."
O outro havia resistido ao choque, agarrado à pesada mesa de carvalho sobre a qual estava escrevendo. Com um gesto mecânico sacudiu de suas vestes os fragmentos de alvenaria, enquanto seu olhar dirigia-se à fenda que havia se formado na parede. Mas foi somente uma distração momentânea. Logo voltou a inclinar-se sobre os papéis dispostos diante de si. Esfregou os olhos com a mão, procurando afastar o cansaço da noite insone. Em seguida escreveu algumas poucas palavras. Quando ergueu o rosto novamente, seu olhar demonstrava sinais de desespero.
“O relatório está terminado. Mas é inútil, se não chegar às mãos deles”, murmurou. “Estamos perdidos. Tudo está perdido, é tudo inútil.”
“Não!”, gritou o companheiro, agarrando-o pelos ombros e sacudindo-o. “Não, nem tudo está perdido!” E interrompeu-se subitamente, como que arrependido de seu gesto. “Nós estamos perdidos, mas para os outros ainda existe uma esperança”, continuou, exaltado. “Há um navio no porto. Se os hospitalários conseguirem manter-se atracados por mais uma hora, até subir a maré...”
“A sorte não estava inscrita em nossas estrelas, irmão. Mas talvez tenha razão, vamos deixar os dados rolarem”, respondeu o homem sentado à mesa, apontando um pequeno cofre reforçado com lâminas de ferro que jazia aberto no chão. Rapidamente, com a ajuda do companheiro depositou os papéis no interior do cofre, fechando-o com uma cinta de couro.
Em cima da mesa havia uma longa espada, ornada com a guarda-mão cruzada, embainhada. Alcançou-a e começou a cingi-la à cintura. Mas, mudando de idéia, dirigiu-se rápido para a porta seguido pelo outro, que mantinha o pequeno cofre firmemente seguro debaixo do braço.
Assim que saíram, envolveu-os a confusão da luta furiosa. O rufar dos tambores acompanhava o assalto dos sarracenos ao último baluarte ainda defendido pelos cristãos, o Arco de Acre. Percorreram uma estreita passagem orlada de seteiras sobre as muralhas. Podiam ver, no vale arenoso, os assaltantes rearmando duas catapultas gigantescas. Dezenas de homens, açoitados até sangrar pelos eunucos da guarda pessoal do sultão, procuravam deslocar as máquinas de guerra, altas como torres, para uma nova linha de tiro.
O mais velho parou um instante, observando atentamente a cena. “Querem acertar o porto. Apressemo-nos.”
Tudo se precipitava num caos de gritos, ordens e imprecações...”


Para os apaixonados por livros de suspense Os crimes do mosaico, traz um prólogo desinteressante sendo do tipo mais popular; o que tem realmente de melhor é a presença de Dante Alighieri como detetive e a relação entre os fatos fictícios e reais.

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